Sangue no carro e briga: novas pistas revelam detalhes sobre morte de empresário em Interlagos
Novas pistas reforçam suspeita de asfixia e possível luta corporal na morte de empresário em Interlagos
A misteriosa morte do empresário Adalberto Amarílio dos Santos Junior, de 35 anos, continua a intrigar autoridades e familiares. O corpo foi encontrado no dia 3 de junho, enterrado de cabeça para baixo em um buraco de três metros de profundidade no canteiro de obras do Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Nos últimos dias, novas informações reveladas pela Polícia Civil e pelos órgãos periciais reforçam a hipótese de crime violento, apesar da ausência de sinais externos evidentes de agressão.
Segundo o Instituto de Criminalística, uma perícia complementar realizada no veículo de Adalberto identificou manchas de sangue humano em quatro pontos distintos: ao lado da porta, no assoalho traseiro, atrás do banco do passageiro e no banco traseiro. Exames de DNA estão em andamento para confirmar se o sangue pertence à vítima. Além disso, uma peça de roupa desconhecida foi encontrada no carro, mas familiares garantem que ela não pertencia ao empresário — um dado que levanta ainda mais suspeitas sobre o envolvimento de terceiros.
Os últimos momentos de Adalberto
Adalberto foi dado como desaparecido na noite de 30 de maio, após participar de um evento de motocross e música no autódromo. Segundo o depoimento de um amigo que o acompanhava, os dois consumiram cerveja e maconha e circularam pelo local até por volta das 21h15, quando se despediram. O empresário teria dito que voltaria para casa para jantar com a esposa, Fernanda Dândalo, o que nunca aconteceu.
Três dias depois, o corpo foi localizado em um buraco de apenas 45 centímetros de diâmetro, em uma área restrita da obra. A posição do corpo — sem calças e sem sapatos, mas ainda com carteira, celular e aliança — chamou a atenção dos investigadores, por destoar de crimes de execução ou latrocínio comuns.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta como causa provável da morte a compressão torácica com asfixia mecânica, indicando que Adalberto pode ter sido enterrado ainda com vida. Peritos também analisam possíveis sinais de luta corporal, o que pode confirmar resistência antes da vítima ser colocada na cova improvisada.
Coincidências e suspeitas
Embora o amigo que esteve com Adalberto na noite do desaparecimento tenha declarado não ter presenciado nenhuma anormalidade ou desentendimento, um fato posterior chamou a atenção dos investigadores: dois dias após o desaparecimento do empresário, a moto do amigo — uma Triumph Scrambler 1200 — foi roubada por quatro homens armados. O caso foi registrado na delegacia, e a coincidência temporal entre os dois episódios levanta a hipótese de uma possível ligação.
Um crime fora dos padrões
A forma como o corpo foi encontrado — enterrado em um canteiro de obras dentro de um dos locais mais movimentados de São Paulo, sem sinais evidentes de latrocínio ou execução direta — faz o caso destoar de crimes comuns. A polícia trabalha com diferentes hipóteses, incluindo crime premeditado, participação de mais de uma pessoa, e até mesmo a possibilidade de o local onde o corpo foi enterrado não ter sido o local da morte.
Família clama por respostas
A esposa da vítima, Fernanda Dândalo, foi a primeira a denunciar o desaparecimento. Desde então, vive um drama marcado pela angústia da espera, a dor da perda e o impacto das revelações que surgem a cada nova etapa da investigação. A família também contesta informações isoladas, como o suposto uso de substâncias, tentando preservar a imagem de Adalberto.
Investigações seguem sob sigilo
As investigações seguem em andamento, sob sigilo judicial, com a expectativa de que os exames toxicológicos, subungueais e anatomopatológicos tragam respostas mais conclusivas nas próximas semanas. A Polícia Civil trata o caso com máxima prioridade, dada sua complexidade e a repercussão pública.
Enquanto isso, a sociedade acompanha atenta o desdobramento de uma história que mistura mistério, brutalidade e um cenário improvável para a prática de um crime. O que realmente aconteceu na noite de 30 de maio em Interlagos ainda é uma pergunta sem resposta — mas as pistas estão, lentamente, vindo à tona.