Por que não devemos dormir sem coberta, mesmo em uma noite quente
Por que só conseguimos dormir bem com um cobertor? A ciência explica
Mesmo em noites quentes, muitas pessoas sentem dificuldade para dormir sem estarem cobertas. O hábito parece instintivo — basta puxar um lençol ou cobertor e, quase imediatamente, o sono chega. Mas esse comportamento vai muito além do costume: segundo especialistas, há explicações biológicas e emocionais por trás dessa necessidade que acompanha a humanidade desde a infância.
O corpo precisa de ajuda para regular a temperatura durante o sono
O corpo humano é homeotérmico, ou seja, mantém a temperatura interna constante. Porém, durante o sono profundo, há uma leve queda natural nessa temperatura, o que pode causar desconforto e dificultar o adormecer. É nesse momento que os cobertores entram em cena: eles criam uma espécie de cápsula térmica, ajudando o corpo a manter o calor necessário para relaxar e descansar.
Um ritual noturno que o cérebro reconhece
Cobrir-se antes de dormir é mais do que um gesto físico — é um sinal poderoso para o cérebro de que chegou a hora do descanso. Ao longo dos anos, essa prática se torna parte da rotina do sono. “Nosso cérebro associa automaticamente o ato de se cobrir com a transição para o sono. É uma âncora comportamental que induz ao relaxamento”, explica a neurocientista Fabiana Lopes.
Cobertores reduzem o estresse e melhoram o bem-estar
Estudos mostram que o uso de cobertores pode ajudar na liberação de serotonina, neurotransmissor associado ao bem-estar. A leve pressão do tecido sobre o corpo funciona de forma semelhante à de um abraço, promovendo sensação de calma e redução da ansiedade. Isso é especialmente útil em tempos de estresse elevado, em que adormecer pode se tornar um desafio.
Criam um microclima ideal para o sono profundo
Além de conforto emocional, os cobertores ajudam a manter um microclima estável ao redor do corpo, protegendo contra variações de temperatura e correntes de ar. Esse ambiente térmico controlado favorece um sono mais duradouro e de melhor qualidade. “Quem dorme coberto, mesmo que levemente, tende a acordar menos durante a noite”, aponta o médico do sono Ricardo Menezes.
Sensação de proteção vem da infância — e segue até a vida adulta
O ato de se cobrir também carrega um significado psicológico. Desde a infância, associamos o cobertor à segurança — seja para nos proteger do frio ou dos “monstros” imaginários. Esse reflexo emocional acompanha a vida adulta. “O cobertor funciona como uma barreira simbólica entre o indivíduo e o mundo externo, proporcionando conforto e segurança emocional”, completa a psicóloga Carolina Tavares.