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Mulher que foi condenada pela morte de Bernardo, de 11 anos, é achada

O crime que chocou o país

O caso Bernardo permanece como um dos mais brutais e emblemáticos da história recente do Brasil. Em 4 de abril de 2014, o menino de 11 anos foi assassinado em Três Passos (RS). A madrasta, Graciele Ugulini, aplicou uma superdosagem do sedativo Midazolam com o auxílio direto de Edelvânia, que participou da ocultação do corpo. O cadáver foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova improvisada às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen.

As investigações revelaram um enredo chocante: o crime foi premeditado e envolveu familiares próximos, incluindo o pai da criança, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele, Edelvânia e seu irmão, Evandro Wirganovicz. Entre os principais motivos apontados, estavam o desejo do casal de se livrar do menino, considerado um “empecilho” à nova família, além de interesses na herança deixada pela mãe de Bernardo.


Julgamento e condenações

Em 2019, os quatro envolvidos foram julgados e condenados:

  • Leandro Boldrini: 33 anos e 8 meses (pena reduzida para 31 anos e 8 meses após novo julgamento em 2023)

  • Graciele Ugulini: 34 anos e 7 meses

  • Edelvânia Wirganovicz: 22 anos e 10 meses

  • Evandro Wirganovicz: 9 anos e 6 meses

Edelvânia chegou a confessar o crime na fase inicial das investigações e conduziu a polícia até o local onde o corpo estava enterrado. Mais tarde, tentou minimizar sua participação, alegando que não teve envolvimento direto na morte de Bernardo.


Reflexos e impactos da tragédia

A morte de Edelvânia volta a levantar questionamentos sobre a segurança de detentos em regimes menos restritivos, bem como sobre o acompanhamento psicológico oferecido a apenados que cumprem pena em condições de maior liberdade.

O caso Bernardo teve ainda um importante desdobramento legislativo: inspirou a criação da Lei Menino Bernardo (Lei nº 13.010/2014), que proíbe o uso de castigos físicos, cruéis ou degradantes contra crianças e adolescentes em todo o território nacional.


Uma ferida ainda aberta

Mais de uma década depois, a tragédia continua a ser um símbolo de alerta para o sistema de proteção à infância no Brasil. A morte de uma das envolvidas resgata a dor de um crime que marcou o país e reforça a urgência de medidas eficazes de prevenção, acolhimento e vigilância sobre crianças em situação de vulnerabilidade.

A família de Bernardo, a sociedade e as autoridades seguem acompanhando o caso, agora com novos capítulos sombrios que evidenciam as cicatrizes profundas deixadas por um crime brutal — e que jamais será esquecido.

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