Lut0: Nossa Querida M0rreu Na Porta de Casa Ao Ser Atacada Pel…Ver mais
Uma sexta-feira marcada pela dor. Erivalda do Amaral Silva, de apenas 30 anos, teve sua vida brutalmente interrompida ao retornar para casa na zona rural de São Bento do Una, no Agreste pernambucano. O que parecia ser um fim de tarde comum, transformou-se em cena de horror quando ela foi surpreendida pelo ex-companheiro, que a aguardava escondido.
Fugiu, mas não ficará impune
O autor do crime fugiu e ainda não foi localizado. A 4ª Delegacia do Espinheiro investiga o caso como feminicídio, crime previsto em lei quando há motivação de gênero. Amigos e familiares estão revoltados com a tragédia e exigem justiça: mais uma mulher silenciada por um relacionamento abusivo.
O feminicídio não dá trégua
O corpo de Erivalda foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, onde exames devem contribuir para a apuração dos fatos. Seu caso não é isolado. A morte de Erivalda se junta às estatísticas alarmantes de feminicídio no Brasil — e revela, mais uma vez, o quanto é urgente garantir proteção real para as mulheres.
Onde pedir ajuda: redes de acolhimento precisam ser fortalecidas
A dor gerada por tragédias como essa precisa ecoar em ações concretas. Em regiões rurais, onde o acesso à informação e ao acolhimento é limitado, o risco aumenta. No Recife, há centros de apoio gratuitos para mulheres em situação de violência:
- Centro Clarice Lispector – Rua Doutor Silva Ferreira, 122 – aberto 24h.
- SER – Serviço Especializado e Regionalizado – Avenida Recife, 700 – atendimento diário, das 7h às 19h.
- Salas da Mulher nos Compaz – em cinco unidades pela cidade.
- Plantão WhatsApp (81) 99488-6138 – disponível 24 horas.
O silêncio também mata
A história de Erivalda deve servir como um poderoso alerta para toda a sociedade. Ela representa não apenas uma vida perdida, mas também o reflexo de um sistema que ainda falha em proteger quem mais precisa. Romper o silêncio é necessário, porque o silêncio tem sido cúmplice de muitas tragédias.
Ele esconde a dor, acoberta o agressor e impede que vozes como a de Erivalda sejam ouvidas a tempo. Acolher é urgente, pois muitas mulheres enfrentam o medo sozinhas, sem apoio, sem informação, muitas vezes desacreditadas pelas próprias instituições que deveriam protegê-las. O acolhimento precisa ser humano, próximo, acessível — especialmente nos lugares mais esquecidos pelo poder público.
Agir é inadiável, porque cada dia de inércia custa vidas. As políticas públicas não podem ser apenas números em relatórios; precisam se traduzir em estruturas reais de proteção, prevenção e justiça. Que a morte de Erivalda desperte consciência coletiva, empatia genuína e uma mobilização concreta. É inadmissível que uma mulher tenha seu último momento marcado pelo medo, quando o que ela mais precisava era de liberdade e segurança para viver.
Ataque covarde à luz do dia
Testemunhas relatam que o agressor, Arnaldo Antônio da Silva Júnior, sacou uma arma e disparou várias vezes à queima-roupa. Mesmo gravemente ferida, Erivalda foi socorrida por vizinhos e encaminhada com urgência ao hospital da cidade. Devido à gravidade dos ferimentos, foi transferida para o Hospital da Restauração, no Recife. Lutou por algumas horas, mas não resistiu.