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Antes de sua morte, cantor Arlindo Cruz lutou por muito tempo contra o maldito vício da… Ver mais

Arlindo Cruz ganha biografia comovente que revela bastidores inéditos

Um dos maiores nomes do samba brasileiro, Arlindo Cruz é o protagonista de uma biografia emocionante e reveladora escrita pelo jornalista Marcos Salles. A obra, publicada em 2024, traça uma linha do tempo sensível da vida do sambista, desde a infância no subúrbio carioca até o delicado momento de saúde após o AVC sofrido em 2017. Com riqueza de detalhes e profundidade emocional, o livro mostra o homem por trás do ícone, oferecendo ao público um retrato íntimo e respeitoso.

Histórias emocionantes e memórias que marcaram gerações

Com capítulos que transitam entre a alegria das rodas de samba e os dramas pessoais do artista, a obra destaca momentos emblemáticos de sua trajetória. O capítulo 14, por exemplo, revela sua aproximação com nomes como Marcelo D2 e Rogê, mostrando sua capacidade de transitar entre estilos. Já o capítulo 25 reúne depoimentos de 45 pessoas próximas, revelando um lado humano pouco explorado. “Foi impossível conter as lágrimas em muitos relatos”, confessa o autor.

Do cavaquinho aos palcos: a construção de um mestre

Nascido em Piedade, zona norte do Rio, Arlindo teve o primeiro contato com a música ainda aos seis anos, ao aprender cavaquinho. Mais tarde, tornou-se figura central no Fundo de Quintal, grupo que revolucionou o samba na década de 1980. A biografia detalha sua contribuição como compositor, instrumentista e líder criativo, além de resgatar sua importância como guardião das tradições culturais do Brasil.

Um elo com o samba e com sua comunidade

Marcos Salles conheceu Arlindo nos anos 1980 e manteve uma relação de proximidade com o artista e sua família. O convite para escrever o livro partiu de Babi Cruz, ex-esposa do sambista, e o processo durou três anos. O autor relata que, em diversos momentos, precisou interromper a escrita para lidar com a carga emocional do material. “Arlindo tem uma história que exige respeito e sensibilidade”, afirma.

Enfrentando demônios: a luta silenciosa contra o vício

O livro também aborda com franqueza os períodos de dificuldade, como a dependência química nos anos 1980. A relação com a cocaína, comum no meio artístico da época, foi enfrentada com internações e apoio da família. Segundo o filho Arlindinho, o pai demonstrava força de vontade e já havia diminuído drasticamente o uso antes do AVC. A obra não sensacionaliza, mas trata com empatia e responsabilidade.

Fé, generosidade e legado: o verdadeiro Arlindo

Além de músico, Arlindo era conhecido por sua generosidade e liderança tranquila. Ligado ao candomblé, respeitava todas as crenças e promovia o diálogo entre culturas. Salles pinta o retrato de um homem que viveu para a arte e para os outros, compondo diariamente e dividindo sucessos com parceiros de estrada. A biografia é, antes de tudo, um tributo à sua humanidade e ao papel inegável que ocupa na história do samba.

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